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Capítulo2
Capítulo2

Cap.2

                                                                        Revelações

Na manhã seguinte Thiago acordara assustado, mais um sonho o atormentara. Era exatamente sete da manhã, metade do edifício estava acordado pronto para trabalhar. Thiago toma um rápido banho, precisava limpar tudo, de cima para baixo, em um prédio de 14 andares.

Raphaella e Fernando esperavam por Thiago perto da cozinha, antes de irem para a escola. Eles queriam conversar com Thiago sobre o acontecido do dia anterior. Thiago teria que explicar tudo o que estava acontecendo, pois já estava deixando Raphaella preocupada. Raphaella estava assim por que sentia algo muito forte por Thiago, do tipo amor. Pobre Fernando não tinha chances, com Thiago por perto. Mas muitas vezes Thiago disse para ele disser tudo o que sente por Raphaella, mas ele nunca tentou isso, com medo que ela risse da sua cara.

Thiago aproximara-se da cozinha, vendo que os seus amigos o esperava meio impacientes. Raphaella logo que o vira lhe da um abraço apertado, parecia que não o vira por dois anos e meio. Mas logo ele a separa de si. Fernando olhava tudo aquilo e sentia vontade de vomitar ao mesmo tempo em que chora.

- Bom dia Thi! – Diz Raphaella com um sorriso no rosto, demostrando felicidade em vê-lo.

- Bom dia pessoal. O que vieram fazer aqui? – Pergunta Thiago olhando para eles.

- Queremos saber o que esta acontecendo com você. Ontem nos mostrou que  tem sérios problemas, que esta escondendo dos seus melhores amigos. – Diz Raphaella olhando seriamente para Thiago.

- Não tinham que esta na escola, pelo que eu sei hoje não é final de semana ou feriado. – Diz Thiago olhando para cada um deles.

- Antes queremos saber a verdade. – Diz Fernando cruzando os braços.

- São apenas sonhos que me deixam um pouco paranoico, não se preocupem. – Diz Thiago

- Anda sonhando de mais com o Fred Krueger. Paranoico até de mais. – Diz Fernando dando um sorriso de lado.

- Acho que isso é pior que sonhar com o Fred, se fosse isso eu agradeceria a Deus. – Diz Thiago tirando uma pequena chave do seu bolso, para abrir a porta da cozinha.

- Com o que realmente sonha? – Pergunta Raphaella olhando fixamente nos olhos de Thiago.

- Com minhas “vidas passadas”, e em todas eu morro, mas não sou visitado pelo Fred. – Diz Thiago sorrindo e abrindo a cozinha.

- Muito engraçado, mas “vidas passadas”  não acha exagero? – Pergunta Raphaella.

- Não. – Responde Thiago adentrando a cozinha e indo até o armário pegar o café.

- Eu acho que precisa relaxar mais, sair mais, conhecer alguém especial, viver a vida um pouco. – Diz Raphaella olhando para Thiago cheia de ternura.

- E esse alguém é você menininha mimada? – Pergunta Fernando olhando seriamente para eles.

- Não necessariamente. – Ela diz sorrindo para Thiago.

- É melhor vocês irem, se não vão chegar atrasados na escola. – Diz Thiago olhando para Fernando, que se encontrava em um estado de raiva.

- Quando chegarmos da escola iremos conversar. Entendido Sr. Thiago? – Diz Raphaella olhando seriamente para ele.

- Sim Senhor Sargento. – Diz Thiago fazendo continência a Raphaella.

- Tchau! – Diz ela lhe dando um beijo na bochecha.

- Tchau. Até mais tarde. – Diz Fernando saindo tristonhamente dali.

- Boa aula. – Diz Thiago retornando ao serviço: preparar um bom café preto, um pão com manteiga, e trabalhar.

O seu dia começara, como sempre era um tedio, sempre as mesmas coisas a serem feitas. Precisava de uma nova aventura, do tipo viajar por todo mundo, lutando por sua sobrevivência.  Algo quase impossível para alguém sem muito dinheiro no bolso.

Estava no salão de festas – limpando a poeira acumulada por uma semana – quando sua mancha de nascença em sua perna esquerda – no formato de uma rosa – começa a doer. Era como se estivesse queimando todo seu corpo. Fazendo com que Thiago viesse ao chão de dor. Levanta a barra de sua calça e pode ver uma forte luz cobrir todo salão, neste momento ele sente seus olhos queimarem, a luz estava a cega-lo, mas antes que isso pudesse acontecer ele fecha seus olhos.  Deitasse ao chão, seus olhos ardiam, estavam vermelhos como sangue.

Passos são ouvido, vindo em direção a Thiago. Quem seria? A luz se apaga, e Thiago pode sentir alguém a observa-lo, não conseguia abrir seus olhos direito, pois estava a arder de mais, e ele gemia de dor. Apenas pode ouvir este alguém dizer:

- Olá Thiago há quanto tempo, acho que nem se lembra de mim, que bom, pois nunca quis ser reconhecido por você. Você pode me causar muito mal, mas muito em breve nos veremos outras vezes, e poderemos nos enfrentar de igual para igual, pois não é justo matar você, sem que tente me derrubar. Mas esse segredo fica entre nós, é melhor não dizer a Deus, Ele pode ficar um tanto furioso.

- Quem é você? – Thiago pergunta tentando abrir os olhos e vendo uma imagem embaçada, de um homem, que tinha a mão uma foice ou algo do tipo.

- Em breve saberá. Saberá de tudo, desde inicio de sua longa jornada idiota, até o fim que levará seu espirito imundo. – Diz o homem.

- O quê? – Diz Thiago tentando ver direito quem estava a sua frente.

- Pergunte ao seu amiguinho Leonardo. – Diz o homem.

- Acho que ele não me dirá nada, já que os mensageiros o impossibilitam de tal ato. – Diz Thiago gemendo de dor tanto pelos seus olhos ardendo, quanto por sua perna.

- É uma pena, mas morrerá sem saber o que realmente é. Com você morto posso trazer Solarah novamente a vida. – Diz ele.

- Que bom pra você, é bom saber que sou útil para alguma coisa. – Diz Thiago sorrindo de sua própria piada.

- Quero você morto, sempre quis, e agora no novo milênio conseguirei o que mais desejo, que é ver você morto pelas minhas mãos. – Diz ele.

- Espero que consiga o que quer assim eu me livro de tanta culpa por existir. – Diz Thiago fechando seus olhos vagarosamente.

- Primeiro passara por muitas provações, antes que possa me alcançar. Espero que consiga chegar até o fim. – Diz o homem que sumia dali em um piscar de olhos.

- Obrigado. – Diz Thiago sentando-se ao chão sentindo que a dor passava.

Ficara ali sentado por pelo menos 20 minutos, até sentir que já podia enxergar novamente. Suas pálpebras ainda estavam bem vermelhas. Mas não estava preocupado consigo, mas sim com o que aquele ser estranho o havia dito. Quem é esse ser com o qual falara com Thiago? E por que desejava tanto mata-lo? Pelo o que ele lembrasse não havia feito mal algum a alguma pessoa. Não ainda...

Thiago põe-se de pé cuidadosamente, para não por em risco de perder sua perna. Para piorar ainda mais sua vida suas costas estavam doendo muito, era como se tivesse um peso assustador a ela. Escuta alguém se aproximando, pensa que outra vez cairia no chão e gritaria de dor, mas desta vez não. Leonardo estava ali, com uma garrafa de uísque, ainda pela metade, ele estava bêbado, Thiago olhava para ele com espanto. Pega a vassoura ao chão para continuar seu trabalho, Leonardo olhava para ele e sorria.

- Quantas garrafas dessa o senhor tem? – Pergunta Thiago olhando indignamente para Leonardo.

- Muitas, preciso delas para sobreviver, deveria fazer o mesmo. – Responde Leonardo sorrindo para Thiago, e lhe oferecendo um gole de uísque.

- Não obrigado, se for por sobrevivência, prefiro morrer. – Diz Thiago continuando a varrer aquele salão enorme.

- Ele veio? – Pergunta Leonardo bebendo mais um gole de uísque.

- Ele quem? – Pergunta Thiago parando de varrer e olhando para o bebum.

- O anjo. Ele veio? – Pergunta Leonardo bebendo dois goles de seu uísque.

- Não sei do que o senhor esta falando. – Responde Thiago continuando a varrer.

- Esta com medo de acreditar que tudo o que disse ontem é verdade. – Diz Leonardo olhando seriamente para Thiago. – Vamos me responda, diga se sou louco, ou apenas um discípulo de Deus.

- Nenhum e nem outro, o senhor é um bêbado que persegue meus passos, desde quando cheguei aqui, o senhor tem mania de persegui às pessoas. – Diz Thiago sem olhar para Leonardo continuando a varrer, como se nada tivesse acontecendo.

- Você não tem ideia do quanto esta errado em dizer isso. O céu e o inferno abriram suas portas para que os anjos e demônios devastem toda terra para o grande apocalipse, e o único que pode mudar isso, esta duvidando, ou seja, adeus humanidade. – Diz Leonardo tomando mais um gole de seu uísque.

- A humanidade não precisa de mim, precisa de Deus. Ele é o único que pode nos salvar. O que eu sou perante a Deus? Eu sou um nada, e sempre serei, então é melhor achar outro guerreiro suicida para salvar a humanidade. – Diz Thiago olhando furiosamente para Leonardo que tomava seu uísque.

- Você não pode ver, mas pode sentir, o céu esta desabando em nossas cabeças. Anjos e demônios devastaram toda terra, e não estão nem ai para nós seres humanos, então é melhor você acordar pra vida, e ir à guerra contra cada um deles. – Diz Leonardo bebendo o ultimo gole de uísque.

- O senhor é um homem muito perturbado, não sabe o que diz. O apocalipse não é agora, e mesmo que fosse eu não teria nada haver com ele, pois esta guerra é entre Lúcifer e Miguel. – Diz Thiago sentando-se ao chão, pois sua perna voltara a doer, mas não tanto quanto antes.

- É o que todos acham, são todos uns tolos insensatos. Muitas paginas da bíblia foram a arrancadas, pois continha informações de grande valor para a igreja católica. – Diz Leonardo sentando-se ao lado de Thiago, que cobria seu sinal de nascença. – Se tivesse tomado um pouco de uísque como lhe disse, esse seu sinal de nascença não estaria ardendo agora.

- Se for para mim salvar a humanidade, não posso ser um alcoólatra. – Diz Thiago olhando seriamente para Leonardo.

- Ele feriu muito você, sempre quis sua morte, sempre quis vingança. Ele é um idiota, o erro foi dele e não seu, Deus o avisou sem o julgar, mas seu amor incondicional foi mais forte, e hoje é o seu maior erro. – Diz Leonardo olhando para o nada.

- Será que o senhor poderia falar minha língua, eu não entendo estranhes. –Diz Thiago olhando para a porta do salão.

- Se um dia conseguir mata-lo eu irei rir muito, ele é um babaca com um cargo importante no paraíso. – Diz Leonardo rindo de sua própria piada.

- Um dia será que vou consegui entender o que diz? Por que não consigo processar o que o senhor diz sobre “ele” e eu. – Diz Thiago olhando para Leonardo e sorrindo.

- Não se preocupe um dia entendera tudo, mas ainda é muito cedo, para se saber de tudo. – Diz Leonardo pondo-se de pé, olhando para a porta do salão. – Preciso de outra garrafa de uísque, ainda não estou 100% bêbado.

- Assim vai acabar morrendo de cirrose. – Diz Thiago levantando-se com cuidado para não sentir que sua perna doía outra vez.

- É o que quero, quero muito morrer, mas quanto mais peço isso a Deus, mais ele me deixa vivo. Por causa dessas loucuras de anjos e demônios não tenho mais família, e eles não querem me ver nem pitado de ouro. Por que continuar vivo se não tenho mais nada, a não ser uma vida desgraçada? – Ele pergunta para Thiago, sentindo que as lagrimas acumulavam-se em suas pálpebras.

- Não é por isso que tem que ficar bebendo feito um louco. Se beber ou não eles não vão voltar. – Diz Thiago colocando a mão no ombro esquerdo de Leonardo.

- Faça o que eles querem Thiago, e tudo voltara a ser como era antes, eu voltarei a ter minha família, e tudo será novo. Impeça o apocalipse de acontecer. – Diz Leonardo olhando com os olhos em lagrimas para Thiago.

- O que Deus faz ninguém pode impedir senhor Leonardo. – Diz Thiago retirando sua mão do ombro de Leonardo.

- Os mensageiros estão vindo, preciso ir. – Diz Leonardo caminhando a saída do local. – Depois conversaremos.

- Claro. – Diz Thiago pegando a vassoura do chão, e continuando a varrer.

O tempo passa, logo Raphaella e Fernando voltariam da escola, e pediram explicações obvias para Thiago.

Thiago estava tomando um longo banho, quando alguém bate na sua porta, e este alguém estava desesperado, pois batia na porta sem parar. Só podia ser Raphaella. Thiago enrola a toalha em volta da cintura e vai atender a porta.

Ele a abre vagarosamente, pois sabia que era Raphaella quem estava ali, para lhe fazer perguntas sem respostas.

- Oi Thi. – Diz ela o olhando dos pés a cabeça.

Thiago estava todo molhado, seu cabelo ainda tinha um pouco de espuma de xampu, e só o que queria era terminar seu banho em paz.

- Oi Raphaella. – Diz ele meio sem jeito por aparecer na frente dela apenas de toalha.

- Podemos conversar, sem que o intrometido do Fernando esteja presente? – Ela pergunta olhando nos olhos dele.

- No momento não será possível, já que eu estou tomando banho. – Responde Thiago olhando para o chão que já estava se tornando uma poça d’água.

- Não importa eu te espero. Sabe que sempre vou espera por você Thiago, não importa o tempo que leve isso, eu vou te esperar. – Diz ela tentando se aproximar dele, mas ele afastasse dela.

- Valeu Raphaella, mas não posso deixa que fique me esperando aqui fora. Eu vou demorar um pouco no banho. É melhor nós três sairmos juntos para conversar, só que mais tarde. – Diz Thiago olhando para ela.

- Não gosto de sair com o Fernando, ele é um idiota, que não consegue chegar a nenhuma garota. Já apresentei todas as minhas amigas para ele, até as inimigas, mas todas o dispensaram. – Ela diz olhando ele da cabeça aos pés.

- Eu preciso voltar ao banho, essa espuma já esta me incomodando, se não se importa. – Diz ele sorrindo para ela.

- Tudo bem, eu volto mais tarde com o Fernando. – Diz Raphaella dando meia volta e indo embora de braços cruzados.

Thiago fecha a porta dando graças a Deus por ela ter ido embora. Volta ao banheiro para terminar de tomar banho.

Três horas da tarde Raphaella e Fernando estavam na frente do condomínio esperando por Thiago que estava atrasado. Os três iriam andar por ai, enquanto Thiago explicava tudo o que estava acontecendo.

Thiago estava com Leonardo em seu apartamento, eles conversavam, enquanto Leonardo tomava café sem parar. Estava nervoso, e com muita raiva. Ele estava sentado em seu colchão velho jogado ao canto da sala. Thiago estava perto da janela, encostado a parede olhando para Leonardo que não dizia nada só tomava seu café desesperadamente.

- E então só me chamou aqui para ver o senhor tomando café sem parar? – Pergunta Thiago olhando indignado para Leonardo.

- Tenha paciência garoto. Eu estou preocupado com o que os mensageiros me disseram, - Diz Leonardo enchendo seu copo com mais um tanto de café, mas agora colocava um pouco de uísque, para da um gostinho estranho ao café.

- O que eles o disseram? Deixe-me adivinhar. Vou morrer, e a paz reinara outra vez sobre toda face da terra? É isso? – Diz Thiago rindo de si próprio.

- Cale a boca Thiago, não sabe o que diz. – Diz Leonardo enchendo o copo com café e uísque.

- E será que o senhor sabe o que diz? – Pergunta Thiago

- Garoto tolo é você moleque. Se prestasse atenção ao que digo, se preocuparia mais com si próprio e a seus amigos.

- Diz logo o porquê me chamou aqui, ao invés de me dar lição de moral. – Diz Thiago

- Ele esta vindo Thiago, ele esta vindo, e devastara toda terra por sua procura, deve começar a lutar logo antes que ele consiga sua vingança sobre você. – Diz Leonardo tomando mais um gole de café com uísque.

- Ele quem? Lúcifer, Miguel ou Gabriel? – Pergunta Thiago sorrindo para ele mesmo.

- Todos eles, todos querem ver você morto. Você mandou muitos demônios para o abismo, o que mais querem é manda-lo para lá também. – Diz Leonardo levantando-se com a garrafa de uísque a mão e a tomando.

- O abismo deve ser um parque de diversão, seria ótimo ir para lá. – Diz Thiago zombando das palavras de Leonardo.

- Eu não aguento mais, você mandará toda a humanidade para o inferno, pobres almas. – Diz Leonardo olhando para o chão com um olhar de tristeza.

- O inferno é o local de purificação, antes que Deus poça mandar cada alma ao inferno, Ele as purificará, e as destruirá, pois elas foram infiéis a Ele, e nada mais justo que a morte para puni-los. – Diz Thiago ficando de frente para a janela cheia de símbolos negros.

- O apocalipse esta em suas mãos Thiago, os quatro cavaleiros do apocalipse estão por aí, destruindo tudo que eles encontram no caminho, até encontrar você. Olhe para o céu eles estão lá esperando pelo sinal que os levara a batalhar com os anjos de Lúcifer, então acorde e não deixe eles acabarem com tudo. – Diz Leonardo voltando a se sentar, pois suas pernas estavam bambas.

- Não quero mais falar sobre isso senhor Leonardo. Veja o que eles fizeram com você, não consegue se manter sóbrio por um dia se quer, afinal o senhor bebe pois senti falta da sua família ou por que acha que a qualquer hora vai entrar um demônio aqui e o matar, e não quer estar sóbrio para a dor ser menos dolorosa? – Pergunta Thiago olhando para o céu e não vendo nada, a não ser um céu sem nuvens.

- Saia daqui garoto, você esta me enchendo, se ele quer tanto te matar, que o mate, eu não faço nenhuma questão de sua morte, morreu tantas vezes no passado que essa não será diferente. – Diz Leonardo deitando em seu colchão velho bebendo seu uísque de quinta.

- Tchau senhor Leonardo. – Diz Thiago caminhando até a saída daquele lugar imundo.

- Mas lembre-se todos eles estão rindo de você, pois não acredita em que estou falando, e riem de mim, pois estou tentando abrir os olhos de um cego! – Diz Leonardo tomando mais um gole de uísque e rindo de tudo isso.

Thiago fecha a porta daquele apartamento que jurou nunca mais voltar.

Raphaella e Fernando esperavam por ele impacientes. Thiago estava muito atrasado. Fernando estava sentado em uma mureta que havia ali perto do jardim, Raphaella andava de um lado para o outro a espera de Thiago.

Thiago andava de vagar, não estava a fim de sair com seus amigos para uma conversa seria. Ao sair pelo portão do condomínio, Raphaella o abraça, sem necessidade alguma, Fernando só ficava olhando aquela cena. Thiago afastasse de Raphaella rapidamente, e ela senti que ele não estava muito contente por esta ali.

- Você não esta muito bem hoje Thiago. O que houve? – Pergunta Fernando pondo-se de pé.

- Nada. Vamos logo anda por aí. – Diz Thiago olhando para o céu, podia sentir que havia algo diferente nele, mas o que era?

Os três decidem ir até a praça atrás do condomínio. Estava sendo uma longa jornada para eles já que não tinham nenhum assunto para se falar, pois ninguém estava a fim de dizer besteira. Raphaella estava curiosa para saber o que estava acontecendo com Thiago, mas ele estava tão distante que ela não se atrevia a dizer nada. Fernando não pensava nos problemas de Thiago, só pensava em Raphaella e seu amor idiota por Thiago.

Minutos depois estavam os três sentados em um dos bancos da praça, não diziam nada, o silencio os incomodavam, mas o dia estava ruim para todos. Thiago se coloca de pé, Raphaella faz o mesmo, queria saber de tudo que afligia a ele.

- Diz logo o que esta te incomodando. – Diz ela olhando para ele com muita aflição.

- Vocês. Eu não posso contar nada a vocês. – Diz Thiago olhando para eles dois.

- Aqueles sonhos que me disse, são só imaginações da sua cabeça, não é real. Então tira isso da tua cabeça antes que o enlouqueça. – Diz Fernando colocando-se de pé, ficando frente a frente com Thiago.

- Não são meus sonhos. – Diz Thiago olhando friamente nos olhos de Fernando.

- Então é o que? Diz pra mim e para a Raphaella. Isso já esta me incomodando, ver você acorda de um pesadelo, quando nem se quer esta dormindo. Isso é só por que você quer, não tem que ser assim, então, por favor, conta pra mim, o que esta acontecendo. – Diz Fernando olhando profundamente nos olhos de Thiago.

- Não posso, vocês vão me achar louco. – Diz Thiago             olhando para baixo.

- Não tem problema, amigos são para isso, escutar loucuras de outros amigos com problemas. – Diz Raphaella olhando para ele e Fernando.

- Vocês acreditam no apocalipse? O juízo final? – Pergunta Thiago olhando para cada um deles.

- Sim. – Eles respondem juntos.

- Eu sou a chave para o apocalipse começar. Eu irei lutar com cada anjo e demônio que tentar acabar com o mundo. – Ele diz olhando para eles.

- Não zoa com a nossa cara Thiago. Fala a verdade. – Diz Raphaella olhando para ele.

- Viu só, vocês não acreditam em mim, eu também não acredito. – Diz ele olhando para Os dois amigos.

- Você é tipo um anjo? – Pergunta Fernando sorrindo para o amigo.

- Acho que sim, não sei muito bem sobre isso. O Sr. Leonardo é quem me falou essas coisas. – Diz Thiago olhando para cada um deles.

- Então é por isso que esta assim, você escuta mesmo esse cara? Ele é um bebum idiota que vive falando besteira. Não liga para o que ele diz. – Raphaella diz olhando profundamente nos olhos do amigo.

- Raphaella esta certa Thiago. Aquele cara é maluco, não sabe o que é certo ou errado, só sabe beber. – Diz Fernando voltando a se sentar.

- Estão certo, não vou parar mais para ouvi-lo. – Diz Thiago sentando-se ao banco.

- É isso aí Thi. – Diz Raphaella sentando-se ao lado de Thiago.

- Raphaella, Fernando precisa falar com você a sós. – Diz ele pondo-se de pé outra vez.

- Eu? – Diz Fernando um pouco espantado. – Thiago não faz isso comigo.

- É agora ou nunca cara. Aproveitem o momento a dois. – Diz Thiago caminhando para distante dali.

Raphaella olhava espantada para Fernando, que nem se atrevia a olhar para ela. Ela fica olhando para o céu que estava um pouco estranho naquela tarde.

- Vai falar ou não comigo? Se não percebeu não temos o dia todo. – Diz ela olhando para ele.

- Me desculpe, mas não tenho nada para dizer a você Thiago estava blefando. – Diz Fernando olhando para ela.

- Tem certeza que ele estava blefando? Ou esta com vergonha de falar que gosta de mim?- Ela pergunta sorrindo para ele.

- Quem disse que eu gosto de você mimada? – Pergunta Fernando olhando nos olhos dela.

- Todo mundo já percebeu isso, e eu não sou tão burra para não percebe o que esta bem em baixo do meu nariz. – Diz ela aproximando-se dele. – Até que você é bonitinho.

- Valeu, quando eu nasci às enfermeiras disseram o mesmo para os meus pais. – Diz Fernando sorrindo e a beijando suavemente.

Thiago estava do outro lado da praça, pensava em tudo que lhe disseram.

- Eu só posso esta louco meu Deus. Só pode ser isso, não há outra explicação mais obvia que essa. – Diz ele olhando para o céu, e não vendo nada, apenas um céu limpo.

Olha ao seu redor é não ver ninguém em canto algum, acha tudo estranho. Olha para o seu lado esquerdo vê apenas dois homens todos de preto. Eram altos e fortes, ele olha para trás onde estavam seus amigos. Ouve um grito assustador. Raphaella gritava, estava assustada, e chamava por Thiago. Thiago corre até seus amigos, desesperado, pois não sabia o que estava acontecendo.

Ao chegar ao local, encontra mais homens de Preto, dois deles estavam com Fernando e Raphaella. Eles seguravam uma faca perto ao pescoço de seus amigos. Raphaella estava assustada, pálida, e seus olhos estavam em lagrimas.

- Os soltem! – Diz Thiago escarando cada um daqueles homens.

Eles não tinham reação, apenas olhavam para ele, sem dizer uma se quer palavra.

Um homem com um, sobretudo bege aproxima-se de todos ali. Thiago o encarava, ele apenas sorria. Thiago olha para trás e lá estavam os dois homens que o encarava friamente.

- O que vocês querem com os meus amigos!? – Diz Thiago olhando para o homem com o, sobretudo bege.

- Olá Thiago, há quanto tempo. – Diz o homem.

- Quem é você? – Thiago pergunta olhando para ele friamente.

- Não se lembra de seu velho amigo? – Pergunta o homem Frente a Thiago.

- Deveria? – Pergunta Thiago

- Deveria, pois se não se lembra, nada conseguirei de você.  – Diz o homem.

- Então diga quem é você.  – Diz Thiago encarando ao seu inimigo.

- Não vim aqui para bater um papo com você, vim aqui para lutar com o filho do demônio. – Diz ele rindo do que havia dito.

- Não luto, então perdeu a viagem. – Diz Thiago sorrindo para seu adversário.

- Lute comigo ou eles morrem. – Diz o homem olhando para Raphaella e Fernando.

Thiago olha para seus amigos, que o olhavam, com um olhar de pânico. Ele volta a olhar para o homem, que sorria para ele.

- Qual você escolhe Thiago, a morte de seus amigos ou lutar comigo? - O homem pergunta olhando profundamente nos olhos de Thiago.

-Tudo bem, eu luto com você.  – Diz Thiago olhando para seus amigos, abaixando rapidamente a cabeça e voltando a olhar para o homem.

- Isso vai ser interessante. – Diz o homem sorrindo.

- Mas promete soltar meus amigos? – Pergunta Thiago olhando outra vez para seus amigos.

- Se me vencer, sim, eu os libertarei, mas se perder mato os três. – Diz o homem.

- Não Thiago, não faz isso. – Diz Fernando olhando assustadoramente para Thiago, que olhava para ele.

- Cale a boca garoto! – Diz o homem olhando para Fernando.

O homem de preto que segurava Fernando, corta uma pequena parte do pescoço dele. Fernando logo sente a dor, mas não mudou seu olhar de confiança que transmitia a Thiago. Raphaella não tinha palavras, não tinha voz, para expressar o que estava sentindo. Ela só queria ir para casa.

- Se perder o corte na garganta de seu amigo será mais profundo e maior. Acho melhor que ganhe. – Diz o homem.

- O que fizemos a vocês para estarem fazendo isso? – Pergunta Thiago olhando para o homem.

- Não são eles, é você o problema. Acha que Leonardo meu discípulo é louco, mas ele tem razão sobre quem você é. – Diz o homem.

- O Sr. Leonardo é um discípulo? – Pergunta Thiago para si mesmo.

- Precisava de informações sobre a criança, fruto do pecado. – Responde o homem.

- Você, o que é você? – Pergunta Thiago.

- Lute garoto, lute pela sua sobrevivência e a de seus amiguinhos. – Diz o homem retirando do seu casaco duas espadas, e jogando uma para Thiago. A espada era pesada e estranha. Quase que Thiago não consegue segura-la.

- Que o melhor vença. – Diz Thiago sorrindo para seu adversário.

- Adeus garoto. – Diz o homem atacando a Thiago.

Thiago desvia do primeiro golpe que seu adversário o dera, caindo ao chão, e olhando furiosamente para o inimigo.

- O que foi Thiago? Esta com medo? – Diz o homem rindo de Thiago.

- Nem um pouco. – Diz Thiago colocando-se de pé e olhando para seu adversário.

- Então me ataque. – Diz o homem ficando imóvel, esperando que Thiago o atacasse.

Thiago eleva sua espada até ao peito, e caminha lentamente até o homem, que esperava por seu ataque. Thiago o ataca, mas ele desvia rapidamente, tão rapidamente que vai parar atrás de Thiago, cortando sua camisa ao meio verticalmente. Ele sorrir ao ver algo diferente. Thiago tinha uma tatuagem de um dragão. Thiago vira-se rapidamente, tentando atacar ao homem, mas ele havia desaparecido, Thiago olha para todos os lados, mas o homem havia sumido. Ouve uma estridente risada e olha para cima, e lá estava o homem, ele tinha seis asas negras e gigantescas. Os três amigos olham para cima, os homens estavam imóveis em seus lugares.

- Procurando por mim garoto. – Diz o homem aparecendo na frente de Thiago, como num passe de magica.

- Como fez isso? – Pergunta Thiago olhando para o homem, um pouco assustado.

- Eu sou um deus, um deus muito poderoso. – Responde o homem.

- Você é Deus? – Pergunta Thiago ainda assustado.

- Não me compare com tal ser. – Responde O homem.

- Então quem é você? – Pergunta Thiago

- Siga a primeira estrela que nasce, e lá estarei, estarei com seus amiguinhos, esperando por você. Fique com a espada vai precisar dela. – Diz o homem rumo ao céu.

- Não. Espera! – Diz Thiago olhando para o homem que sumia entre as nuvens do céu.

Ao olhar para trás não vê seus amigos ou os homens de preto. Havia ali só pessoas comuns, que se perguntavam, porque Thiago estava com aquela espada na mão. Ao percebe que as pessoas o olhavam desconfiadas, ele retira sua camisa rasgada, e tenta esconde-la. E caminha de volta para casa.

Ao chegar ao condomínio às pessoas olhavam para ele, meio desconfiados, então Thiago apressou-se para chegar a seu quartinho. Ao chegar a seu quarto coloca a espada em cima de sua cama, e vai até ao armário pegar uma nova camisa.

- Se continuar desse jeito, vou acabar ficando sem camisas. – Diz ele pagando uma camisa cor preta e a vestindo.

Ainda era quatro e meia da tarde, agora que o sol estava ficando fraco, mas não havia estrelas no céu. Decide ir até o apartamento de Leonardo ter uma conversinha seria.

Leonardo estava com cinco garrafas perto de si, uma era pinga, a outra cachaça, a outra café, a outra uísque, e a ultima era cerveja. Thiago nem bate na porta antes de entrar, entra com rapidez, pois estava furioso, e só o que queria eram explicações. Leonardo ao vê-lo começa a rir.

- Eu não disse a você que eles viriam? – Diz Leonardo rindo muito de Thiago.

- Diz quem são eles! – Diz Thiago pegando Leonardo pelo colarinho de seu casaco.

- Não posso, ele mesmo quer se revelar para você. – Diz Leonardo.

- Diz ou eu mato você. – Diz Thiago o encarando furiosamente.

- Pode me matar então, é o que mais desejo. – Diz Leonardo rindo de tudo isso.

- Você é um imprestável! – Diz Thiago jogando Leonardo contra a parede. – Aonde esse cara levou meus amigos!

- Não sei, ele não tem um lugar especifico. Ai! – Diz Leonardo olhando para Thiago, seu olhar era pura raiva e dor.

- Você não presta para nada, foi por isso que sua família o deixou. – Diz Thiago

- Não, não foi por isso. Eles nunca existiram, só por um tempo, até eu matar cada um deles. – Diz Leonardo pondo-se de pé.

- Matou sua família em troca de que? – Pergunta Thiago meio impressionado com a situação.

- Imortalidade. Quando se é jovem e bonito, você nunca deseja envelhecer, deseja ser assim pelo resto de sua miserável vida, mas agora que o fim se aproxima não posso mais continuar vivo. – Diz Leonardo pegando a garrafa de pinga e a bebendo.

- Mas você esta cada dia mais velho, imortais não envelhecem. – Diz Thiago

- Serio que percebeu isso? Não me diga. – Diz Leonardo transformando-se em um homem mais jovem e bonito.

- O quê? – Diz Thiago afastando-se e quase caindo ao chão.

- O que achou? – Pergunta Leonardo dando uma voltinha.

Leonardo transformara-se em um homem de uns vinte e dois anos, loiro, olhos verdes e corpo musculoso. Nem parecia o velho de antes.

- Precisava de uma casca idiota para que todos caíssem no meu plano, e o principal caiu, feito um tolo. – Diz Leonardo rindo de tudo aquilo.

- Vou acabar com você, seu idiota! – Diz Thiago encontrando-se em um estado de raiva.

- Guarde toda essa raiva para o cara que esta com seus amiguinhos, ira precisar dela, para derrota-lo. – Diz Leonardo.

- Onde ele esta? – Pergunta Thiago dando um passo a frente.

- Isso o velho aqui não sabe. Como Leonardo mesmo falou: não sei. – Diz ele tomando mais um gole de pinga.

- Ele pediu para mim seguir a primeira estrela que nasce, mas eu não sei que caminho devo tomar, até chegar a ele. – Diz Thiago virando para a janela e vendo ao céu.

- Onde fica mesmo aquele lugar aonde você quase se jogou, há um ano? – Pergunta o homem.

- Não pode ser lá. – Diz Thiago olhando para o ex-Leonardo.

- É melhor segui a tal estrela. – Diz o ex-Leonardo.

- Eu tenho que ir. – Diz Thiago seguindo para a saída.

- Manda um abraço, para “o cara”. – Diz o ex-Leonardo voltando a se sentar, em seu colchão velho.

Thiago volta para seu quarto, ficando a olhar para a espada. E ficou pensando, e pensando, até percebe que era a mesma espada que o matara por tantas e tantas vezes. Isso era impossível, mas real.

- Eu só posso esta ficando louco, nada disso é real, e a qualquer hora vou acordar desse pesadelo maluco. Mas por que eu estou falando sozinho?! – Diz ele sentando-se em sua cama, com as mãos a cabeça. Isso não podia esta acontecendo.

Eram cinco horas, e lá estava o sol, brilhava como nunca, mas seus raios não estavam tão fortes, mas mesmo assim incomodava. Thiago tinha pressa, pois queria ver se seus amigos estavam bem, se ainda estavam vivos, e salva-los. Mas quando se esta com pressa as horas não passam, parece que o tempo não passa, que é sempre o mesmo horário.

Thiago não conseguia tira seus olhos daquela espada, pois pensava em todos os pesadelos que tivera, que sempre era morto por uma espada como aquela. Será que morrerá naquela noite? Precisava salvar seus amigos, não se importava em morrer por eles, pois sabia que ninguém sentirá sua falta, com vão sentir de Raphaella e Fernando.

- Não posso deixar que eles morram por minha culpa. Essa batalha entre o bem e o mal, já esta passando dos limites, agora eu pergunto: aonde esta Deus? – Pergunta Thiago sentindo que um grande peso estava em suas costas, e isso era toda culpa por seu nascimento.

Ele coloca-se de pé, agora olhando para o relógio, ainda era cinco e dez, ainda cedo de mais. Começa a andar de um lado para o outro, pensando sempre em seus pesadelos, pensando em todas as mortes que tivera. Aquilo o angustiava, não podia crer em tanta loucura. Não conseguia crer em nada, acreditava que nem Deus poderia o ajudar. Quem será esse homem que levou seus amigos? O que realmente ele quer?

Tantas e tantas perguntas se passavam pela cabeça de Thiago, mas não vinham respostas, que pudessem liberta-lo de tanta aflição, não podia negar que sentia um pouco de medo, mas tinha que acreditar em sua capacidade de força e agilidade.

Deitasse na cama esperando que o tempo passe logo, pois tinha pressa para ver seus amigos. As horas passam de vagar. Sete horas Thiago estava em frente a seu condomínio com a espada enrolada em um casaco, e uma bicicleta, perto da lua havia uma única estrela, e seria aquela a ser seguida por ele.

Monta em sua bicicleta com dificuldade, pois a espada o estava atrapalhando. Segue então para a saída da cidade, pois era ali que a estrela estava indicando. Ele não sabia o que estava fazendo, ou para onde estava indo. Pois aquela estrada o estava levando ao parque florestal, seu lugar favorito.

Entra em uma estrada de terra, onde ficavam os fundos dos portões de emergência do parque. Ele vê uma forte luz vir dali, e a segue. Thiago estava muito cansado, pois pedalara por horas até encontrar o lugar.

Eles estavam perto do penhasco, e Thiago segue para lá. O homem com o casaco bege estava à beira do penhasco quando Thiago chegara. Raphaella e Fernando estavam assentados um ao lado do outro um pouco afastados do penhasco, os homens que estavam em dez, vigiavam o local. Quando Thiago aproximara-se o homem de casaco bege, vira-se para vê-lo.

- Você veio, que interessante. – Diz ele.

- Vim pelos meus amigos. – Diz Thiago jogando a bicicleta de lado, e caminhando para perto do homem. – Agora vai me dizer quem é você? – Thiago pergunta jogando a espada no chão.

- E você vai me dizer quem é você? – Pergunta o homem aproximando-se de Thiago.

- Eu sou o que você vê, nada mais que isso. – Responde Thiago olhando profundamente nos olhos de seu adversário.

- Essas palavras eu já conheço, o que me leva a pensar que você esta mentindo para mim. – Diz o homem olhando para Thiago, com olhar de fúria.

- Então o que sou? – Pergunta Thiago

- Me permita lhe contar uma pequena historia. – Diz o homem.

- Fale. – Diz Thiago.

- Na mitologia grega existiu um homem chamado Prometheus, ele era um titã, seus dessedentes desafiaram aos deuses, e eles acabaram por serem destruídos, mas acho que essa parte vocês conhecem. Nisso apenas um dos titãs sobreviveu a essa batalha, e esse foi você Thiago, pois você é Prometheus. – Diz o homem sorrindo para Thiago.

- Sou o que? Não posso ser esse cara, pois esses titãs e deuses nunca existiram, foi apenas um meio para a população daquela época perder tempo. – Diz Thiago olhando friamente para o homem.

- Não acredita em sua própria existência? Que egoísmo de sua parte. – Diz o homem sorrindo.

- Isso não pode ser verdade, não mesmo. – Diz Thiago olhando para seus amigos, o homem e para o céu. Um desespero batia em seu coração.

- Fora ele acorrentado em uma caverna no monte Olimpo, ficando lá por muitos e muitos anos. Mas sua salvação fora que por esses longos anos, Afrodite, sua mamãezinha adotiva fora por muitas vezes visita-lo, levando comida e água. Durante 500 anos você viveu assim, sem ver a luz do sol, sem saber se continuaria vivo por mais anos. Até que um dia Zeus o rei dos deuses decide, por meio de Afrodite, liberta-lo. Prometheus estava com os cabelos compridos, - o que justifica os seus cabelos serem meio cumpridos também – e seus olhos estavam amarelos. Perante a Zeus e aos outros deuses, seu julgamento começa. Zeus diz: “– Você sabe por que esta aqui?

- Não, eu não sei. O que eu fiz? – Pergunta Prometheus sua voz estava rouca e triste.

- A sua raça desafiou nós deuses, e nós tivemos que puni-los, só sobrando você, isso por que Afrodite os escondeu por um ano. – Diz Zeus olhando para Afrodite que estava ao lado de Prometheus.

- Vou continuar preso para sempre? – Pergunta Prometheus olhando tristemente para Zeus.

- Sim. Mas não ira voltar para a caverna, ira ser um de meus escravos. – Responde Zeus.

- Não meu pai, Prometheus já sofrera de mais. De a ele a liberdade. – Diz Afrodite olhando no fundo dos olhos de Zeus.

- Nunca! – Diz Zeus furioso. – Ele é um titã, ele pode querer tentar se vingar de nós.

- Não, eu não quero vingança. Prefiro ser um escravo, a ter que me vingar. Nunca feriria a família de minha mãe Afrodite. – Diz Prometheus. 

- Não Prometheus, diga que quer a Liberdade! – Diz Afrodite olhando tristemente para ele.

- É o que quero, quero sair daqui, e construir uma família, longe dos deuses, mas sou o único de minha espécie. – Diz ele olhando para Afrodite.

- Não. Você não é o ultimo de sua espécie impura, ainda existe uma mulher, não sei onde ela esta, mas devera procura-la. Claro, se eu permitir. – Diz Zeus rindo da angustia de Prometheus estava sofrendo.

- Permita Zeus, permita que Prometheus a encontre. Ele não tem mais nada, tenha piedade. – Diz Afrodite.

- Tudo bem. Eu o permitirei, mas tem apenas um ano para encontra-la, caso não a encontre deves voltar ao monte Olimpo. – Diz Zeus.

Prometheus ganhara a liberdade por um ano, apenas para encontrar a única mulher de sua espécie. Por meses caminhou pelo mundo em busca da tal mulher, mas nunca a achava. Ele já estava a pensar que Zeus apenas quis testa-lo, para ver se era forte o suficiente para aguentar ao mundo. Faltando apenas um mês para se completar um ano de sua jornada em busca da tal mulher, estava ele a beira de um penhasco com uma fogueira acessa, tentando descansar sobre as estrelas, quando ouve gritos pavorosos vindos de trás das tantas arvores que havia ali.

Ele decide ir até ao local averiguar o que estava acontecendo, esconde-se atrás de umas arvores, vendo que uma mulher estava encurralada por três enormes lobos. Pega uma enorme pedra ao chão, podia sentir que a pedra era leve, mas para os três lobos seria pesada e os mataria. Ele joga a pedra em direção a eles, os afastando dali, machucando apenas ao líder deles, um lobo negro, que estava à frente da mulher, os outros dois correm por medo. Prometheus aproximasse da mulher que olhava para ele muito assustada. Era uma mulher muito bonita, era loira, olhos azuis, pele clara, lábios rosados, e sua expressão era de puro pânico. 

- Calma não vou machuca-la, só quero ajuda-la, então por favor não grite. – Diz Prometheus aproximando-se dela vagarosamente.

A mulher desmaia, e Prometheus corre até ela, para que ela não batesse a cabeça ao chão. Fora veloz, a pegara no colo e a levara para perto da fogueira, pois ela estava fria como gelo.

Fora ele caça para o jantar, daquela noite estrelada. Deixando a mulher perto da fogueira para se aquecer. Conseguira apenas uma anta para assar e comer.

Quando a mulher acorda Prometheus já estava comendo seu jantar, ela ainda estava bastante assustada.

- Já era tempo de acordar – Diz ele mordendo um pedaço da coxa da anta.

- O que quer comigo? O que estou fazendo aqui? – Ela pergunta olhando para todos os lados, em busca de uma saída mais curta, para se manter longe do estranho.

- Não tenha medo não vou fazer nada para você, apenas salvei sua vida de três lobos enormes. – Diz Prometheus tomando um pouco de água.

- Por que me salvou? – Ela pergunta olhando para o animal a fogueira assando.

- Esta com fome? Tire um pedaço dessa suculenta anta para comer. – Diz Prometheus mordendo mais um pedaço de carne de anta.

- Obrigado. – Diz ela pegando a faca e tirando um pedaço da anta para comer.

- Ao amanhecer pode ir embora, acho que os lobos já não ira incomoda-la novamente. – Diz ele olhando para ela, que comia desesperadamente a carne da anta.

- Obrigado. – Diz ela ainda mastigando a carne da anta.

- Depois que terminar de comer, durma. Eu irei dormir agora, pois só tenho alguns dias para voltar ao monte Olimpo. – Diz Prometheus deitando-se olhando para as estrelas.

- Você não é livre como eu para andar por este mundo? É um escravo dos deuses? – Pergunta a garota bebendo um pouco d’água.

- Coma em paz, e me deixe dormir. – Diz ele fechando os olhos para dormir em paz.

Ela volta a comer sem a companhia dele. Logo depois vai dormir também.

Ao amanhecer Prometheus não encontra a mulher, arruma suas coisas e vai embora, continuando sua jornada de volta ao monte Olimpo sem a tal mulher de sua espécie.  Ele seguia seu caminho vagarosamente e triste, nunca iria encontrar a felicidade. Percebera que estava sendo perseguido, parara e olhara para trás para ver quem o estava perseguindo, mas não vê ninguém.

- Quem esta ai? – Ele pergunta olhando para todos os lados, mas não via ninguém suspeito.

Então continua sua jornada, mas sentira, podia sentir o cheiro de quem o estava seguindo, e se preparou para lutar se for preciso.

- Vai continuar me seguindo, ou virar a minha frente lutar como um verdadeiro guerreiro?! – Diz ele olhando para todos os lados.

- Eu estou aqui. – Diz uma voz vinda de sua frente. Era uma voz feminina.

-Você? – Diz Prometheus um pouco espantado ao ver a mulher dos lobos ali. – Achei que estivesse voltando para sua aldeia há essa hora.

- Quero ir com você ao monte Olimpo. – Ela diz olhando profundamente aos olhos ainda meio amarelos dele.

- Não, você não pode ir. – Ele diz desviando seu olhar ao dela.

- Se não me deixar ir com você, irei segui-lo por todo o caminho. – Diz ela olhando para ele tristemente.

- Entenda, eu não posso leva-la junto comigo, quem eu procurava, eu não achara, não posso levar a pessoa errada ao monte Olimpo. – Diz ele olhando no fundo dos olhos dela.

- Mas eu vou assim mesmo. – Diz ela caminhando rapidamente para frente.

- O monte Olimpo não fica nessa direção. – Diz ele olhando para ela.

- Por favor me ensine a chegar até lá. – Diz ela voltando para perto dele.

- Tudo bem, siga-me, mas fique um pouco longe. – Diz ele indo para o lado norte daquela floresta.

- Obrigada. – Diz ela o seguindo de longe.

Fora um longo mês até que Prometheus chegara aos degraus do monte Olimpo. A mulher ficara impressionada com o local. Tudo era tão grande e bonito.

- Fique aqui, não me siga a partir daqui. – Diz ele subindo aos degraus da longa escada até aos portões do Olimpo.

Ela não lhe deu ouvidos, e o seguira, a estrada até o Olimpo era longa, parecia que não haveria um fim.

Prometheus estava diante aos deus logo a frente do templo. Afrodite abraçava a Prometheus pois tinha muita saudade do filho.

- Encontraras a tua companheira? – Pergunta Zeus olhando furioso para ele.

- Não, não a encontrei, deus de todos os deus. – Responde Prometheus olhando tristemente para ele.

- E por que não fugiu já que lhe dei um ano de liberdade? – Pergunta Zeus descendo dois degraus da escada do templo.

- Prefiro ser um escravo a um fugitivo, sendo casado por todo o sempre por vocês deuses. – Responde Prometheus olhando seriamente para todos os deus ali presentes.

Um grito é ouvido vindo de Hades. A mulher que seguira Prometheus estava bem ali de frente aos deuses.

- Trouxe uma humana ao monte dos deuses? Sabe que humanos não podem entrar aqui. – Diz Zeus furioso com o titã.

- Eu não a trouxe ao monte Olimpo fora ela quem me seguira. – Responde Prometheus olhando para Zeus.

- Mate-a agora titã! – Diz Zeus apontando para a mulher, que estava um pouco assustada pela reação dos deuses.

- Não, não a matarei! – Diz ele olhando furioso para Zeus.

Afrodite então pergunta:

- Mulher, o que queres com o titã? 

- Titã? Você é um titã? – A mulher pergunta olhando assustada para Prometheus.

- Sim, eu sou um titã. – Prometheus a responde, mas não olhava para ela, estava a encarar Zeus.

- Responda mulher, o que queres com o titã? – Afrodite volta à pergunta a ela.

- Ele salvou minha vida. – Responde ela a Afrodite.

- Esta apaixonada por Prometheus não é? E nem tente me enganar, e me responda se é isso. – Pergunta Afrodite a mulher assustada.

- Sim, eu o amo. – Responde a mulher.

- Mas são diferentes, você não passa de uma humana, Prometheus é um titã, o amor de vocês é impossível. – Diz Hades.

Ao ouvir tudo aquilo Prometheus cai de joelhos ao chão, estava perplexo com a noticia. Os deuses apenas o observava sem nenhuma reação.

- Levanta-te titã. – Diz Zeus ordenando a Prometheus seu servo.

- Esta mulher te seguiu até aqui. Deves sentir algo por ela, se não, não a teria deixado segui-lo. – Diz Zeus olhando para a mulher.

- Não sei, não sei lhe falar o que sinto por esta mulher. – Diz Prometheus abaixando sua cabeça, perante todos.

- Quer ficar com ela? – Pergunta Zeus a ele.

Prometheus não responde nada, pois não sabia interpretar o que estava sentindo por aquela mulher.

- Vamos me responda. – Diz Zeus ficando furioso outra vez.

- Eu quero minha liberdade para viver com essa mulher, pois ela gosta de mim do jeito que sou. – Diz Prometheus olhando para todos os deuses. 

- Nunca! – Exclama Ares furioso jogando uma lança em direção ao coração da mulher.

- Não! – Diz Prometheus correndo rapidamente para frente da mulher fazendo com que a lança atravessasse seu coração.

Prometheus cai ao chão morto, Afrodite corre até ao corpo de seu filho, estava chorando muito, por causa da morte de Prometheus. Seu sangue escorria pelo chão de mármore do jardim. Seu sangue era negro. A mulher assustada joga-se aos braços gélidos de Prometheus, também chorava muito.

Ares ria de toda aquela ceninha. Zeus olha para trás, estava furioso com Ares. Ao percebe que Zeus estava furioso consigo, ele para de rir, ficando serio.

- Ares! Por que fizestes isso ao titã? – Pergunta Zeus o olhando furioso.

- Me perdoe meu pai, mas não podia permitir que ele formasse um exercito, junto a essa mulher. Seus filhos declarariam guerra a todos nós. – Responde Ares olhando o titã ao chão.

- Vá, e invoque a fênix, vamos lhe da um funeral de um deus. Depois leve a mulher de volta a sua aldeia. – Diz Zeus voltando a olhar para Prometheus ao chão.

- Sim meu pai. – Diz Ares entrando de volta ao palácio junto com os outros deuses.

Horas depois, em um altar de pedras, com galhos e folhas estava Prometheus. Todos os deuses, e a mulher estavam ali, para o despertar de Prometheus a um novo mundo. Afrodite retira de seu cabelo uma rosa, e a coloca ao lado de Prometheus, e depois lhe da um beijo a testa, e se afasta.  Zeus ordena à fênix para pousar sobre Prometheus, e ela o fez. O titã começa a pega fogo, todos ficaram em silencio, e de cabeça baixa. Não perceberão que a mulher aproximava-se do altar, e ao ver Prometheus pegando fogo joga-se por cima dele, para morrerem juntos.” – o homem termina de contar a historia de Thiago, o deixando espantado.

- Você quer dizer que eu fui um titã? Só falta me dizer que coelhinho da pascoa existe. – Diz Thiago rindo de tudo aquilo.

- Na verdade titã significa condenado, ou seja, você fora um dos condenados de Lúcifer. – Diz o homem olhando furiosamente para Thiago.

- Fui o que? – Pergunta Thiago espantado em ouvir aquilo.

- Você é um demônio bonzinho, que ainda não descobriu como usar seus poderes para o mal. – Diz o homem sorrindo para ele.

- Você é louco, que não sabe o que fala! – Diz Thiago olhando profundamente nos olhos do homem.

- Eu sou Anúbis, deus da morte do Egito, e vim em busca de você, para uma antiga briga entre ex-amigos.  – Diz ele pegando sua espada do chão, a que estava com Thiago antes.

- E eu sou o papai Noel. Hó Hó. – Diz Thiago rindo de si mesmo.

- Todos aqueles que a terra habitam, estão rindo de sua ironia, ao não acreditar em mim ou a Azel, ou Sr. Leonardo. – Diz Anúbis olhando seriamente para Thiago.

- Isso é impossível de acreditar, até mesmo para um maluco. – Diz Thiago olhando para o céu, e de volta a Anúbis.

- Não ache, na verdade, eu nem sei por que estou tendo esse papo com você, eu deveria o matar, mas não estou com vontade agora, se eu o matar, “ele” vira atrás de mim. Mas no final nos encontraremos e eu acabarei com você. – Diz Anúbis subindo aos céus, junto com seus discípulos.

Raphaella levantasse de pressa e corre para abraçar Thiago, que ainda não estava acreditando em tudo aquilo. Fernando levantasse com muita dificuldade, estava todo ferido, pois havia tentado vencer um dos discípulos de Anúbis.

- Será que alguém poderia me ajudar? – Fernando pergunta caindo de joelhos ao chão.

Thiago e Raphaella vão até ele, para ajuda-lo. Ele estava muito mal, seu rosto sangrava de cortes feitos por socos que levara de um dos discípulos, seu corpo estava todo roxo, sua garganta ainda sangrava. Mas como eles levariam Fernando par um hospital? Estavam no meio do nada, o hospital ficava a dezenas de metros do parque florestal.

Eles caminham para fora do parque, pela estradinha de terra que Thiago viera mais cedo. Andariam dali até o hospital, naquela noite nublada. Eram nove da noite, os pais de Raphaella e Fernando já estavam preocupados e saíram à rua para procura-los.

Raphaella vinha empurrando a bicicleta, enquanto Thiago ajudava a Fernando a andar para chegarem ao hospital. Já estavam bem cansados, e nem estavam perto do hospital. Não havia carro naquela estrada a quase onze e dez da noite.

Quando chegaram ao hospital, já eram Meia noite e meia, e estavam cansados. Fernando já estava quase desmaiando, e logo que chegara fora atendido. Havia quebrado três costelas, e o resto foi que seu corpo estava roxo e vermelho. Os médicos perguntaram por que Fernando estava daquele jeito? Raphaella respondera que umas gangues o haviam tentado roubar a eles três e Fernando reagiu ao assalto, Thiago afirmou a mesma coisa. Não seria possível dizer aos médicos que os discípulos de Anúbis, havia massacrado Fernando, pois ninguém iria acreditar.

Raphaella avisa aos seus pais e aos de Fernando onde eles estavam, e longo os dois casais chegariam ao hospital. Thiago estava se sentindo culpado pelo que aconteceu a Fernando, mesmo Raphaella o disse que ele não tinha culpa de nada, que Fernando que era um cabeção, por querer lutar com um cara bem mais forte que ele. Mesmo assim a culpa ainda o atormentava.

Thiago não sabia o que fazer, se acreditasse em tudo que Azel e Anúbis o dissera, seria considerado um louco, mas se não acreditasse, iria acreditar em que? Tantas duvidas o atormentavam, que não tinha ideia do que fazer, tinha uma, mas era loucura era o mesmo que falar que não tinha nenhuma. Queria sair pelo mundo em busca de resposta, mas começar por onde? E aonde iria encontrar as respostas certas, pelo que Azel lhe disse, muitos tentarão o matar, então basicamente não deveria confiar em ninguém, a não ser nele mesmo, ou não.